sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Xerox – uma marca inovadora?

Foi no final dos anos 1940 que uma pequena fábrica de produtos fotográficos de Rochester chamada Haloid decide aproveitar a invenção feita 10 anos antes por Chester Carlson, a xerografia. O projeto da primeira fotocopiadora, o XeroX Model A e o sucesso dos modelos seguintes levaram a companhia a trocar seu nome em 1958 para Haloid Xerox, e em 1961, tornando-se simplesmente Xerox.

Bastante famosa por suas inovações para a época e por ser a única no mercado durante muitos anos, a marca virou sinônimo da categoria e se tornou conhecida por todos mundialmente. Porém, a Xerox é uma marca que prova que pioneirismo não signifca sucesso eterno.





No ano de 2000, a empresa enfrentou sua grande crise. Suas vendas tiveram uma forte queda, além de ter uma dívida com os Estados Unidos de US$ 10 milhões por erros contábeis, a maior da história por violação aos informes financeiros. Com uma dívida que já atingia os US$ 17 bilhões, em menos de um ano seu valor de mercado caiu 89%, chegando a valer US$ 38 bilhões a menos do que em 1999. Com as ações em queda livre, o grupo além de se desfazer de parte da estrutura, anunciou uma gigantesca venda de ativos no mundo.

Após décadas dominando o mercado, a corporação se viu perdida diante do cenário em que se encontrava. Não acompanhou as mudanças tecnológicas e foi passada para trás por seus concorrentes. Em plena virada do século, possuía uma estrutura pesada e um claro despreparo diante das novas tendências de mercado.

Para mudar a conjuntura econômica em que se encontrava, ela precisou acompanhar o mercado e mudou seu foco – dedicou-se à venda de equipamentos, sobretudo de grande porte, e à prestação de serviços em larga escala.

O velho modelo de negócios antes baseado no aluguel de copiadoras em preto-e-branco sucumbia no universo agressivamente digital da virada do milênio. Além de ter sua reputação rebaixada por práticas contabéis irregulares.

As medidas tomadas contiveram a tensão pela qual a organização passava. Porém em 2008, a crise financeira internacional obrigou a empresa a demitir 8,8 mil funcionários. Os cortes de despesa e pessoal foram uma tentativa da companhia para recompor sua margem de lucro e enfrentar desaceleração das vendas diante da crise.

Após anos mergulhada em uma crise e tendo passado por um período de profunda reestruturação, a Xerox tentou renovar a sua imagem. Ela adotou um novo logotipo que marcava seu novo posicionamento – inovação digital e facilidade de conexões. O objetivo era desvincular a organização da imagem de fabricante de copiadoras e destacar outros produtos mais tecnológicos como softwares e impressoras coloridas.





A Xerox também duplicou os gastos com a presença na mídia, ampliou os canais de vendas, entrando no grande varejo e investindo em canais digitais. As vendas da Xerox chegaram a 22 mil milhões de dólares em 2009, 25% mais do que no ano anterior, após uma década de estagnação.

Sempre presente nos rankings da Interbrand, oscilando apenas em algumas posições, a grande luta da empresa é deixar de lado a ideia na mente das pessoas de ser uma simples fabricante de fotocópias, para ser uma das marcas mais inovadoras que oferece soluções de tecnologias para o dia-a-dia das pessoas.

Afinal ela foi ela a responsável pelo desenvolvimento de tecnologias como o mouse, a interface gráfica, o padrão de rede ethernet e, mais recentemente, diodos orgânicos de emissão de luz (OLED) e o papel digital (Gyricon). O problema é são poucos os que sabem...