
Um outro dado curioso nesse processo de reposicionamento da marca, pós Tiger Woods, foi o fato da empresa prontamente inserir em suas peças e campanhas de comunicação as imagens de animais. Agora o tigre já não destaca mais força, integridade e alto desempenho da marca, mas figuras como o elefante, camaleão, alguns sapos e espécies de peixes ganham direitos para representar a companhia.
Fazendo um contra-ponto agora com a figura de Tiger Woods, como era de se esperar, a repercussão para sua trajetória profissional não teve um dos melhores fins. Apesar da Accenture ter sido a primeira empresa a cortar seus laços com o atleta, na seqüência, outras seguiram pelo mesmo caminho: Gatorade, AT&T e Tag Heuer. A Gilette se mostrou mais “solidária” e apenas suspendeu a exibição dos anúncios com Woods. Porém, a Nike, contrária ao comportamento corporativo esperado, se manteve firme no apoio ao esportista demonstrando isso explicitamente em um comercial de 30 segundos para inaugurar a volta de Tiger ao PGA Tour. O video mostra seu garoto-propaganda com olhar triste, todo em preto e branco e com a narrativa de seu falecido pai, Earl Woods (impressionantemente parece que feito para a ocasião!). Sem dúvida, o oportunismo da Nike passou a impressão de perdão e voto de confiança àquele que, por anos foi o número 1 nesta modalidade de esporte.
De fato, ainda continuo intrigada com a questão da subida no ranking e fui mais a fundo nessa pesquisa. Ainda pela Interbrand, descobri que a Accenture realmente continuou subindo em termos de valore de marca, ocupando as seguintes posições nos anos sucessivos:
2008 – 47ª
2009 – 45ª
2010 – 47ª
2011 – 45ª
A pergunta ainda continua ... mas possíveis respostas me ocorrem ... Será o reposicionamento da marca o segredo? Ou a pronta desassociação da imagem do atleta à companhia (menos de 1 mês após o escândalo)? De repente, a resposta esteja simplesmente no próprio desempenho da empresa dentro do mercado que atua, ou seja, o tal High Performance. Delivered.
