quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Xerox - Imprimir imagens com alta definição. Escanear com qualidade. Digitalizar com perfeição.

Chester Carlson nasceu em fevereiro de 1906, num lar desafortunado. Graduou-se em química e, pouco mais tarde, conquistou um diploma de físico no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Depois de uma breve passagem como engenheiro pesquisador da Bell Telephone, onde ganhava um salário de US$ 35 por semana, foi trabalhar na seção de patentes da empresa de produtos eletrônicos P.R. Mallory and Company em Nova York. A história da XEROX começou quando em um dia normal de trabalho ele notou que o número de cópias de especificações de patentes disponíveis em sua seção nunca era suficiente para atender à demanda. Havia sempre necessidade de mais cópias. E pior: não existia no mercado método rápido e seguro de se obter cópias em quantidade e com qualidade aceitável. Começava a nascer um inventor.

Obstinado passou meses lendo todas as noites, na Biblioteca Pública de Nova York, tudo o que podia encontrar sobre processos de reprodução de imagens. Toda sua energia criadora se fixaria num capítulo que freqüentava somente as páginas teóricas dos manuais: a fotocondutividade. Na manhã do dia 22 de outubro de 1938, numa saleta do segundo andar de um edifício do bairro de Astoria, onde instalara seu improvisado laboratório, ele criou o processo que mais tarde se tornaria célebre em todo o mundo, sob a marca XEROX.

Em 1942, já se podia colher sinais de que o jovem inventor não blefava. No dia 6 de outubro daquele ano conseguiu a patente para seu invento, que recebeu o número 2297691. Passados dois anos, Carlson finalmente convenceu os diretores de uma organização de pesquisa sem fins lucrativos a selar com ele um contrato que lhe dava recursos para comercializar o invento. A duras penas, conseguiu US$ 15 mil e com eles manteve sua parte no bolo que então começava a crescer. Em 1947, sua sorte começaria a mudar. O Batelle Memorial Institute celebrou um acordo com uma pequena empresa chamada Haloid, fundada em 1906 na cidade de Rochester em Nova York, que se dedicava a fabricar papel fotográfico e equipamentos. A Haloid conquistou o direito de desenvolver o que seriam as máquinas xerográficas. Seu estilo de vida e de trabalho e seus exemplos marcariam a pequena Haloid em sua trajetória rumo à XEROX. O próprio nome Xerox nasceria na era Haloid. O instituto e seus novos sócios concordaram que a palavra “eletrofotografia” tinha pouco apelo mercadológico e decidiram alterá-lo.
Por sugestão de um professor de línguas clássicas da universidade de Ohio, mudou-se a denominação do invento de Carlson para xerografia, do grego xerox = seco e grafia = escrita. Tinha-se um nome, mas não um produto.

A Haloid inventou a palavra xerox para as novas copiadoras e, em 1948, ela se tornou marca registrada. No final da década de 40, John H. Dessauer, chefe de pesquisas, Chester Carlson e Joseph C. Wilson, presidente da empresa, fizeram uma exibição pública da Xeroxprinter. Tratava-se de um tosco aparelho xerográfico capaz de imprimir papel disposto em rolos dentro da máquina. O aparelho ganhou enorme publicidade, porém jamais foi comercializado. A primeira das máquinas xerográficas a ganhar as prateleiras veio à luz somente em 1949 quando foram introduzidas as primeiras copiadoras, que eram complicadas, lentas e muito grandes. O Modelo Xerox A foi rejeitado por ser muito complicado. Inspirada pelo modesto sucesso inicial de suas copiadoras, a empresa mudou seu nome em 1958 para Haloid Xerox Inc. Nesta época, estava em gestação, nos laboratórios da empresa, o protótipo do que seria um dos produtos mais bem sucedidos da moderna era industrial: a XEROX 914, que o mundo veio a conhecer no outono de 1959 e permitiu a distribuição de informação em massa no mundo. A designação 914, vinha do fato dela ser capaz de fazer cópias originais de até 9 por 14 polegadas (tamanho ofício). Tão interessante quanto o lançamento foi a estratégia de leasing adotada pela XEROX para seu novo produto, algo então inédito na indústria. O contrato de leasing valia algo em torno de US$ 95 por mês. Foi um estrondoso sucesso e impulsionou os balanços da empresa para a órbita somente ocupada pelas grandes corporações dos Estados Unidos, vendendo em menos de duas décadas mais de 200.000 unidades.

A empresa tornou-se XEROX CORPORATION oficialmente em 18 de abril de 1961 após ampla aceitação da XEROX 914, a primeira copiadora automática para escritório que utilizava papel comum. No ano seguinte, a copiadora 813 seria lançada e imediatamente transformada num sucesso de vendas. O mesmo se daria com o modelo 2400, batizado assim em razão do número de cópias que podia reproduzir em uma hora. Em todas elas, o espírito de Chester Carlson esteve presente.

O novo século foi marcado pela crise e a ressurreição da empresa. Em todo o mundo a XEROX amargou, desde 2001, uma forte queda em suas vendas, associada a uma enorme crise de liquidez, causada pela necessidade de pagar nos Estados Unidos uma multa de US$ 10 milhões por erros contábeis, a maior da história por violação aos informes financeiros. Isso forçou a mudança de foco. O slogan da empresa passou a ser The Document Company. O aluguel de máquinas copiadoras passou ao segundo plano. A XEROX passou a se dedicar à venda de equipamentos (sobretudo de grande porte) e à prestação de serviços em larga escala. E assim a situação de crise começou a ser revertida. A XEROX que saiu da crise está mais sólida, mas ainda luta para não ser uma cópia pálida de si mesma. Em 2009, a empresa adquiriu a Affiliated Computer Services (ACS) por US$ 6.4 bilhões, operação que colocou a XEROX como líder mundial, além de permitir uma ampliação dos mercados.