domingo, 8 de julho de 2012

Marca País: será que o Brasil é mesmo a bola da vez?

No seminário sobre marca país EUA, vimos o quanto o país trabalha para fortalecer sua marca e o quão valorizada ela é. Com uma "estratégia" imperialista, os Estados Unidos recebe milhares de turistas e tem uma excelente imagem, apesar de crises e alguns "atropelos" pelo caminho.
Mas e o Brasil? Será que estamos no caminho certo? Com a chegada da Copa e Olimpíadas em nosso país, estamos sem dúvida mais expostos para os outros países, porém uma recente pesquisa realizada pelo I-Group, mostra que a percepção que as pessoas têm em relação ao Brasil ainda é bem diferente do que gostaríamos. Eles monitoraram a marca Brasil em oito diferentes países: Alemanha, Argentina, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, França e Itália para entender como os usuários de internet desses lugares enxergam o Brasil:


  • Para o argentino, Brasil é sinônimo de: Futebol, Férias, Música
  • Para o espanhol, Brasil é sinônimo de: Festa, Futebol, Prostituição
  • Para o americano, Brasil é sinônimo de: Sexo, Luta, Religião
  • Para o francês, Brasil é sinônimo de: Música, Cultura, Futebol
  • Para o italiano, Brasil é sinônimo de: Futebol, Sexo, Praia
  • Para o português, Brasil é sinônimo de: Música, Criminalidade, Programação televisiva
  • Para o inglês, Brasil é sinônimo de: Pobreza, Futebol, Sexo
  • Para o alemão, Brasil é sinônimo de: Ecoturismo, Violência, Futebol


O novo luxo


Com a nova realidade da classe média e as facilidades para viagens ao exterior, o luxo ficou mais acessível e conhecido para muita gente, que agora aprecia as marcas de luxo e até consomem muitas delas. Dentro desse cenário, o Brasil é um dos países em que as marcas globais vêm investindo e o sucesso é praticamente garantido.
Um exemplo bem claro disso é o novo Shopping JK Iguatemi, que depois de alguns problemas com a prefeitura, finalmente inaugurou com filas e euforia no estacionamento e na porta de muitas marcas de grife.
Lojas que há alguns anos eram desconhecidas no Brasil estão fazendo sucesso no novo empreendimento paulistano. E os números impressionam: no primeiro final de semana de inauguração as araras da Daslu esvaziaram, a sorveteria Baccio di Latte vendeu uma tonelada de sorvete em 48 horas e a Zara Home vendeu dois mil itens na primeira hora de abertura. Também foi possível observar muita gente saindo com sacola na mão de lojas como Coach, Dolce & Gabana, entre outras, em que a média de preço varia de R$ 1.000,00 a R$ 30.000,00.
Sustentabilidade e fortalecimento de marca

A sustentabilidade tem virado lugar comum no discurso empresarial! Muitas empresas divulgam como algo inovador ações que já deveriam fazer parte da empresa pelo simples impacto que ela causa ao meio ambiente. Na minha opinião, ações sustentáveis que fazem a diferença e fortalecem marcas são aquelas que podem ser incorporadas ao modelo de negócio da companhia. Abaixo alguns exemplos interessantes:

Bradesco: direcionou mais recursos para financiamentos sustentáveis
Real: condicionou empréstimos às práticas socioambientais dos clientes
Philips: fez diversas ações para inserir seus fornecedores dentro de práticas sustentáveis
Faber-Castell: utiliza o manejo sustentável como negócio. Possui uma floresta onde todas as árvores derrubadas são reflorestadas.


quarta-feira, 4 de julho de 2012

O luxo popularizado


O consumo de produtos de marca de luxo está aumentando consideravelmente – não pelo target (a própria classe A), mas cada vez mais por consumidores de poder aquisitivo menor. 
Esse fato é visível na China e no Brasil, onde acontece um rápido crescimento das classes médias emergentes. De acordo com a Goldman Sachs, só os turistas chineses participam de 18% das vendas de bens de luxo na Europa.

O que mudou a relação de venda foi o comportamento dos consumidores, principalmente, as mulheres. Elas estão apostando em um visual moderno que mistura peças de luxo com opções mais acessíveis. 
E para atender esse público, as marcas têm apostado em estratégias de divulgação mais “populares” por meio da colaboração e da cocriação com blogueiros, músicos e até estudantes. A loja de sapatos Schultz, por exemplo, tem espaços dedicados apenas às escolhas das blogueiras de moda Lala Rudge e Thássia Naves. Já a Guerreiro, fez o mesmo com a seleção de alunas de colégios de São Paulo. 



terça-feira, 3 de julho de 2012

Harley Davidson – inovar é a estrada correta a seguir


Inovar está no centro da construção das principais marcas da atualidade. Se fizermos uma pesquisa rápida entre à população com certeza algumas das marcas mais citadas serão a Apple e o Google, ambos investidores pesados e frequentes em novidades. Com essa filosofia de trabalho de construção e manutenção da imagem de suas marcas, os dois exemplos vêm se destacando na pesquisa da Interbrand, que anualmente estabelece o ranking das marcas mais valiosas do planeta.

No caminho contrário está aquela que é, provavelmente, a principal marca de motocicletas da história: a Harley Davidson. Impactada pela crise de 2008 e há muito tempo sem inovar naquilo que oferece para o seu público extremamente cativo e ao mercado que a admira, a construtora de motos teve perdas consideráveis de destaque no ranking da Interbrand em 2009 e 2010, perdendo 43% e 24% do seu valor em comparação com o período anterior, respectivamente. Em 2011, a marca ficou na 100ª colocação, isto é, duas posições para trás em relação ao ano anterior.

Por isso, os executivos da Harley Davidson decidiram focar seus esforços na marca mítica que a empresa possui para tentarem salvar os negócios. Para conseguir retomar a estrada correta, a mais glamourosa marca de motocicletas terá que se basear na inovação como rumo certo a seguir. Sem isso, ela ficará somente no saudosismo dos apaixonados pelos veículos barulhentos de duas rodas.

Experiências de luxo


De maneira geral, proporcionar experiências únicas, entretenimento e nova linguagem são as três principais tendências do mercado de luxo para 2012. Depois de ser percebido com mais naturalidade pela população brasileira em geral (consumidores desses produtos e serviços ou não), o ramo da economia busca firmar-se entre o seu público específico.

Participar e se divertir

Para garantir a fidelização dos clientes, cada vez mais, as marcas terão que fazer com que eles sintam-se parte da empresa, mas de forma leve, divertindo o consumidor. Um exemplo desse tipo de ação foi da marca de sapatos Jimmy Choo, que criou uma gincana em Londres para apresentar sua primeira coleção de tênis. Durante a ação “Catch a Choo”, os seguidores da marca nas mídias sociais viam que um par de tênis tinha feito check-in em algum lugar da cidade e o primeiro a chegar no local recebia o produto.

Nova linguagem para o luxo

Um dos pontos-chave desse mercado é a diferenciação. Ou seja, tudo aquilo que ele adota e que se torna parte da cultura de massa deve ser transformado para que só os clientes dessas marcas “tenham” essas qualidades. Por exemplo, atualmente, palavras como “autêntico”, “artesanal”, “vintage” e “único” são parte do luxo, mas já estão ganhando tons do popular. Elas terão que se transformar em algo como “precioso”, “raro” e “sagrado”, por exemplo.

Diferenciação pelo estilo

Por fim, as marcas de luxo devem melhorar o que oferecem e proporcionar experiências memoráveis aos seus consumidores. Um exemplo claro disso é a britânica Alfred Dunhill, que recriou uma loja com artefatos e peças de suas primeiras coleções. O complexo de três andares garante aos visitantes uma experiência completa de compras, jantar e beleza, com um bar e café, uma sala de cinema, alfaiataria, área de produtos em couro, SPA, barbearia e um clube de cavalheiros.

“Patriotismo real” X “Patriotismo forçado”

Uma das características da marca país dos EUA é o patriotismo, como foi bem pontuado pelo grupo que explanou sobre o tema. Além do que foi abordado em relação a este assunto, como a sua utilização no cinema, nos esportes e turismo, creio que é interessante uma comparação entre o que podemos chamar de “patriotismo real” e o “patriotismo forçado”. Para exemplificar, analisemos os esportes: nos EUA uma das quatro grandes ligas (futebol americano, beisebol, basquete e hóquei) e, no Brasil, a paixão nacional, o futebol.

Lá, especialmente após os atentados ocorridos em 11 de setembro de 2001, nota-se um sentimento de pertencimento muito grande da população em relação ao país. Tal fato pode ser facilmente notado em qualquer uma das partidas das ligas citadas em que o estádio ou ginásio canta em coro, a plenos pulmões, o hino norte-americano. Outra canção que é entoada em cada uma das partidas é a America the beatiful. Pelo vídeo abaixo, nota-se a emoção do público. Esse seria o que denominamos “patriotismo real”.


Contudo, no nosso caso, por força de lei determinou-se a execução do hino nacional antes de todos os jogos do Campeonato Brasileiro, por exemplo. O que observamos é a falta quase que total de relação com a canção e, consequentemente, com o país, uma vez que além de cantarem outras músicas enquanto se executa a que representa a nação, são poucos os que respeitam esse momento solene. No vídeo abaixo, vê-se o que definimos como “patriotismo forçado”.


Para finalizar e evidenciar a falta de relação do brasileiro com o seu país, podemos citar e ver que no Rio Grande do Sul, o hino nacional não é respeitando, mas a canção que representa o estado é entoada por todos.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O imperialismo cultural na construção da marca-país EUA


Ao avaliar como são criadas e exploradas as políticas de promoção da marca-país Estados Unidos da América, é possível identificar como as organizações daquele país adotam conceitos de imperialismo cultural com o objetivo de ampliar a influência dos EUA sobre as demais nações.

Definido pelo teórico da comunicação Herbert Schiller como “conjunto de processos pelos quais uma sociedade é introduzida no sistema moderno mundial, e a maneira pela qual sua camada dirigente é levada (...) a moldar as instituições sociais para que corresponda aos valores e estruturas do centro dominante do sistema”, o imperialismo cultural foi uma das formas adotadas pelo próprio sistema político norte-americano para disseminar e justificar a propagação de seus valores, ideais e doutrinas aos demais países.

Este cenário é identificado em momentos de fortes tensões políticas, como durante a Guerra Fria, quando os Estados Unidos utilizavam a cultura como elemento de propagação das relações capitalistas, exportando filmes, músicas, seriados e demais produtos culturais que justificassem o movo de vida norte-americano. Contudo, este movimento persiste ainda nos dias de hoje, mesmo sob novas condições políticas globais, sobretudo em países em desenvolvimento.

Quando a Disney comunicou, em 2007, o investimento para lançar versões latino-americanas de uma das produções de maior audiência dos Estados Unidos, o seriado Desperate Housewives, um dos fatos que mais se destacou foi a condição, estabelecida em contrato com as emissoras que assumiram a produção local do seriado, para que todas as alterações no roteiro original fossem aprovadas pela subsidiária norte-americana. Esta condição tinha como intenção garantir que a realidade do seriado, que usa altas doses de humor negro para contar uma história de mistério envolvendo uma vizinhança aparentemente pacata e feliz, inspirada no american way of life, fosse assegurada nas versões produzidas para os países da América Latina.

Nestas condições, cada capítulo seguia seu correspondente norte-americano a cada diálogo, marcação de cena, plano de filmagem, trilha sonora. Adaptações eram realizadas apenas para descrever o cenário do país local, mas sem avaliar o impacto disso sobre a cultura daquele país. Por exemplo, o quadro do presidente republicano George W. Bush na residência da dona de casa Bree Vam de Camp foi substituído por uma reprodução do quadro Grito da Independência na residência da versão brasileira – como se fosse comum brasileiros possuírem reprodução de quadros políticos em suas decorações! Situações semelhantes aconteceram nas versões produzidas para a Argentina, Equador, Colômbia e México, assim como para a comunidade latina que vive nos Estados Unidos.

A potente indústria do entretenimento norte-americana já foi utilizada com viés político e de promoção da cultura e do estilo de vida dos EUA em determinados momentos da história, com o nítido sentido político de manter a hegemonia norte-americana sobre determinado país ou região. Contudo, o imperialismo cultural ainda se perpetua nas produções e parcerias culturais, quando há a intenção de manter tudo o que já foi construído sobre a imagem dos EUA ao longo das décadas.

Marca pessoal: Rubens Barrichello



O emprego dos conceitos de gestão de marcas e reputação é cada vez mais evidente na construção de marcas pessoais. Artistas, esportistas, empresários e demais personalidades aplicam os princípios de branding na gestão da imagem e das carreiras, sobretudo diante das novas condições de exposição adotadas pela sociedade moderna, seja pelas condições facilitadas de divulgação proporcionadas pelas mídias sociais digitais, ou pelas próprias tendências sociais que valorizam a reputação construída a partir daquilo que ‘se fala sobre ela’.

Ao se avaliar a construção da marca pessoal do piloto Rubens Barrichello, nota-se que há a percepção dos envolvidos neste processo de que marca é o que se diz sobre você, e não necessariamente o que você diz que é. Nas palavras de Marti Neumeier em “The brand gap: o abismo da marca”, cada pessoa cria sua própria versão da marca, uma vez que a sua construção é uma percepção íntima de uma pessoa em relação a um produto, serviço ou empresa – ou ainda, uma personalidade, no caso de construções de marcas pessoais.

Ao se adotar a imagem coletiva construída sobre a carreira esportiva de Rubens Barrichello, como a de um piloto que correu muitas provas, mas ganhou poucas vezes, a marca pessoal do esportista torna-se autêntica, o que facilita a interação das pessoas com tudo aquilo que se relaciona sobre a vida e a carreira do piloto. Este é o tom que permeia a comunicação de Rubens Barrichello, seja em entrevistas e depoimentos pessoais, como também em institucionais ou patrocinados.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O perfil da mulher brasileira através da imagem das marcas de cosméticos

Compreender o perfil da mulher brasileiro não é tarefa das mais fáceis. Porém, há muito tempo as empresas de cosméticos tem conseguido algum êxito nessa tarefa. Além de entender deve-se comunicar-se com esse público e é através dessa comunicação que consegue-se identificar as diferenças entre marcas.

Para a L´Oreal, marca multi-nacional, as mulheres brasileiras são retratadas de maneira “global”. Dentro do esteriótipo criado pela marca a mulher brasileira não se distingue muito das demais como por exemplo das americanas ou francesas. Por outro lado, para a Natura a mulher brasileira se encaixa em um perfil único, perfil no qual a beleza natural é o ponto chave, ponto esse que toda mulher pode ter, mas de forma diferente. De certa forma a própria natura cria um esteriótipo e sugere que é dentro desses padrões que a mulher brasileira se encaixa, a mesma coisa faz a L´Oreal, porém os apelos e linguagens é o que difere as marcas.

As mulheres, em especial as brasileiras, tem comportamentos e hábitos completamente distintos, isso deve ser respeitado, é claro que qualquer marca que vá se comunicar com este ou qualquer outro público vai observa-lo e interagir dentro de alguns parâmetros pré estabelecidos, porém o que falta para as marcas de cosméticos é buscar novos e desafiadores parâmetros para se trabalhar. Se comunicar com a mulher brasileira de uma forma nova é o que esse público espera e merece, um público tão heterogêneo que as formas de comunicação padrão usadas pelas empresas apesar de darem resultados por todos estes anos está a quem do que se espera e certamente os resultados poderiam ser muito mais contundentes se as formulas padrão de comunicação usados pelas marcas fossem deixados de lado.

Ricardo Moreira