terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Sobre os seminários

No seminário sobre sustentabilidade e responsabilidade social, chamou atenção a história da marca Goóc. Thai Nghia, vietnamita dono da marca e que chegou ao Brasil como refugiado, usou de sua experiência de vida na guerra para reaproveitar materiais e criar sandálias a partir de pneus reciclados. Ao conhecer a trajetória de vida de seu fundador, entende-se todo o DNA de sustentabilidade da marca, e comprova que marcas fortes são construídas não só com publicidade para o público externo, mas sim de dentro para fora da empresa.

O exemplo oposto, da Ypê, trouxe dados conflitantes e curiosos. Apesar de ser claro que a empresa não consegue realmente plantar uma árvore para cada detergente vendido, como sugere a propaganda, ainda sim consegue figurar como Top of Mind Ambiental. Desta forma, talvez a publicidade até consiga levar uma mensagem sustentável ao consumidor final (e por sua vez levar a marca aos rankings), mas não necessariamente consegue criar (e sustentar) sozinha uma marca forte.

Já no seminário sobre as marcas de bebidas alcoólicas e cigarro, levantaram-se questões importantes sobre a força das marcas nesse mercado.

Com a dezenas de restrições governamentais impostas nos últimos anos no país, as empresas de tabaco tem se esforçado nos pontos de venda para tentar manter suas marcas vivas na cabeça dos consumidores. Segundo as pesquisas apresentadas, até então, estas ações tem surtido efeito, e o número de novos fumantes continuam crescendo.

No entanto, será que, após alguns anos de proibições, estas marcas conseguirão se fazer presentes na mente do consumidor apenas com informações no ponto de venda? E as marcas de bebidas alcoólicas, se tiverem as mesmas restrições, também se sustentariam? Ao meu ver, cerveja e cigarro sempre estarão presentes na sociedade, mas com menos propaganda, as marcas certamente perderão valor com o passar dos anos, e bem menos empresas sobreviveriam vivas no mercado.

Além destes, o seminário sobre a imagem do homem nas marcas esportivas foi bastante interessante, especialmente para contrapor o seminário que apresentei com meu grupo, sobre a imagem da mulher nas marcas de cosméticos.

Pode-se perceber que empresas como Nike e Adidas se utilizam de vários esteriótipos para compor seu ideal de homem, assim como as marcas de cosméticos utilizam dos mesmos recursos para compor a imagem da mulher. Mas através de um esboço de um retrato do homem ideal para as mulheres, o grupo conseguiu deixar ainda mais claro que as marcas esportivas baseiam-se exclusivamente no repertório de seu público-alvo para compor os personagens de seus anúncios, e não necessariamente na construção de um homem ideal que fosse aceito por todos.

Fernando Motta