sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Fusões e o impacto na imagem e identidade das marcas envolvidas

Infelizmente eu não tive a oportunidade de assistir à apresentação do grupo, mas recebi o arquivo e também alguns comentários sobre o assunto e me interessei muito em escrever a respeito.

O case escolhido foi o Santander e Real, que tem uma história bastante interessante. Mas para começar, vale fazer um comentário do método de fusões no sistema financeiro. Os bancos deixam de focar em suas atividades e voltam totalmente sua atenção para fusões e aquisições, é claro visando o lucro. Isso acontece no mundo inteiro e gera ainda mais riqueza para os acionistas, quando a operação é bem aceita pelo público em geral.

Os países têm essa necessidade para concorrer com outros no cenário financeiro mundial, crescer e para acompanhar as mudanças econômicas e tecnológicais globais. Apesar disso, há um descompasso mundial. Enquanto alguns países crescem acima de 4% ao ano, muitos não chegam nem a 2%. E isso pode acontecer, inclusive, por conta do fracasso de fusões de grandes empresas que superestimam o valor da companhia adquirida, demissões em massa e eliminação de uma marca muito reconhecida pela sociedade. Além da desestruturação da marca, isso gera um forte impacto econômico no país e, às vezes, no mundo.

Mas agora falando das empresas escolhidas, o Santander, banco espanhol, chegou ao Brasil na década de 90 e é reconhecido por meio de aquisições a partir do processo de integração de negócios bem sucedidos. Após a compra do Banespa, suas operações no país ficaram ainda mais sólidas. Já o Real, iniciou sua história em 1917 como Banco Holandês da América do Sul, em 1969 tornou-se Banco Real, mas em 1998 foi comprado e virou ABN AMRO Bank. É conhecido por suas ações sociais e sustentáveis e tinha um público muito fiel.

Quando o Santander anunciou a compra do ABN por R$ 71 bilhões em 2008, foi considerado o maior negócio da história bancária. Em 2010, as agências do Banco Real começaram a mudar para Santander. Mas em 2009, o Santander já iniciou sua nova comunicação com o intuito de transferir os atributos da marca Real para a marca Santander e transformá-la na mais atrativa entre os bancos do País. Houve a migração de 10 milhões de clientes de forma lenta e dolorosa, mas de forma muito lucrativa.

A conclusão é que 60% dos entrevistados após a união gostaram da nova estrutura, porém não ficaram satisfeitos com o atendimento prestado. 77% alegaram que voltariam a ser correntistas do Real por conta das dificuldades a acesso dos canais de relacionamento e realização de transações bancárias. Algumas vantagens foram ressaltadas, mas no geral, o público ainda não se acostumou com a ideia de ser Santander.

Por Karina Brandford