segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Mercado do Luxo no País do Futebol e Carnaval Dá Samba?


Brasil, um país de 190 milhões de brasileiros apaixonados por futebol, carnaval e luxo. Isso mesmo LUXO! O país do futebol e do carnaval também tem se mostrado muito aberto para o mercado de luxo. Cada vez mais as grandes grifes de luxo, sejam elas do ramo automobilístico, da moda, entretenimento ou de qualquer outro segmento. É certo que nem todos tem acesso à esse mercado, mas com as atuais mudanças das classes sociais e o aumento do número de ricos e milionários no país o mercado vem crescendo muito e refletindo nas classes baixas que reproduzem os costumes das outras classes contribuindo para o crescimento de um outro mercado, o mercado da PIRATARIA!

O grande boom das grandes grifes de luxo no país explodiu na década de 90, quando muitas marcas que já eram conhecidas e consumidas fora do país, inclusive por brasileiros começou a desembarcar no país inspiradas no sucesso obtido por algumas marcas aventureiras que haviam se instalado anteriormente. Há marcas que estão instaladas no Brasil desde a década de 50, mas possuíam uma ou outra loja, atualmente há empresas que tem cerca de 2.000 funcionários, é um número considerável, levando em conta que apenas uma pequena parcela da sociedade é consumidora desses produtos/serviços.

No país do samba e do carnaval o mercado de luxo movimenta mais que as duas paixões nacionais. Em pesquisa recente os dados divulgados revelaram que em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador o carnaval movimentava um pouco mais que R$ 3 bi, já o futebol movimenta anualmente R$ 1,9 bi. Enquanto isso, o mercado de luxo movimentou R$ 15,7 bilhões em 2010. É certo que as proporções devem ser levadas em conta, uma vez que um produto de carnaval como uma fantasia em uma escola de samba pode custa em média R$ 1.500,00 e uma bolsa no mercado de luxo chega a custar R$ 10.000,00.

O mercado de luxo não só passou os principais produtos do país em consumo como também ajudou a criar e a fortalecer o mercado da pirataria que hoje movimenta anualmente cerca de US$ 520 bilhões. Muitos brasileiros se veem tentados a comprar produtos falsificados. Diversos antropólogos que estudam as classes sociais atribuem isso ao fato de as classes inferiores reproduzirem ou tentarem reproduzir os comportamentos das classes superiores e por não terem condições financeiras de adquirir um produto original acabam optando por comprar uma bolsa D&G ou um Rolex produzidos e comercializados informalmente.

O mercado de luxo é pra poucos e isso não há como negar, mas as grandes marcas já sentem o impacto da pirataria e luta contra isso. Uma das maneiras encontradas é lançar produtos em versões mais “simples”. Outro problema que afeta não só o mercado de luxo são as altas taxas de impostos que de certa forma também contribuem com o crescimento da pirataria.

Há muito para se analisar e refletir sobre o mercado do luxo em um país em desenvolvimento como o Brasil. Os analistas de marketing devem investigar o mercado com muita cautela só assim irão conseguir diminuir a goleada que vem tomando dos piratas.



Ricardo Moreira