sábado, 11 de junho de 2011

Responsabilidade Social: Shell na Vila Carioca

A Shell declara em seu site brasileiro que seu objetivo “é atender às necessidades energéticas da sociedade de maneira econômica, social e ambientalmente viável, agora e no futuro”. A empresa foi uma pioneira na incorporação do conceito de responsabilidade social, mas suas instalações na Vila Carioca, na zona Sul de São Paulo um desafio para sua reputação nesse sentido, particularmente na aspecto ambiental.
Em 1993, o Greenpeace e a Sinpetrol (Sindicato dos Trabalhadores no comércio de minérios e derivados de petróleo) fizeram uma reclamação formal na justiça contra a Shell em relação a contaminação do solo, ar e água por poluentes utilizados em atividades industriais nos anos 90. A poluição pode haver atingido 30.000 moradores da região.
A BR (uma subsidiaria da Petrobras), uma planta de pesticidas do Grupo Matarazzo e dezenas de empresas menores estiveram instaladas na Vila Carioca e também são suspeitas de haverem deixado sua parcela de contaminação. Entretanto, a Shell como a empresa que subsistiu – e é a de maior visibilidade, recebeu a maior parte da atenção negativa.
O caso foi deixado a cargo da CETESB (Agencia Estadual de Meio Ambiente) e poucas medidas foram tomadas até que a prefeitura se envolvesse oficialmente. prefeitura achou que a CETESB foi muito relapsa com a Shell, cujas propostas se limitaram a remover o material que era a fonte da contaminação e os poluentes permaneceram nos lençóis freáticos. A Agencia Estadual do Meio ambiente que tanto o conhecimento como as técnicas sobre o tema eram recentes e, por isso sua resposta não foi tão efetiva.
A Shell implementou varias ações na tentativa de remediar o problema, porém, se manteve calada em varias ocasiões, para evitar que fosse considerada a única responsável pela situação e contestou algumas acusações e multas da CETESB. Entre suas declarações para a imprensa de que agia com transparências e respeitando seus stakeholders, surgiram os depoimentos da comunidade que não tinha sabia de nada. Pessoas que plantavam naquele solo, bebiam aquela água, totalmente alheios.
A organização se preocupada com o desenvolvimento sustentável desde 1997 e Responsabilidade Social desde os anos 80, tendo estabelecido vários programas em beneficio da sociedade. A Shell seguiu a legislação ambiental, desde que ela nasceu no país (nos anos 70), a risca e a contaminação parece ter ocorrido antes disso e ainda houve outras empresas que dividem a responsabilidade.
Apesar de suas reticências, a empresa tomou algumas providencias, mas ignorou tanto quanto pôde as acusações e, embora tenha feito alguma coisa, negligenciou mais outras. Portanto, é importante considerar se a situação teria se desenrolado da mesma maneira em uma subsidiaria num país desenvolvido.