quarta-feira, 29 de junho de 2011

Identidade paulistano-brasileira

O Museu do Futebol confere à cidade de São Paulo uma brasilidade que não lhe é peculiar. Muitas vezes isolada em termos culturais do resto do país, o fato é que a capital paulista não carrega em si a aura brasileira. É a cidade mais sem graça para turismo (à exceção da Parada Gay, que a colocou na rota de visitantes brasileiros e estrangeiros uma vez ao ano).

O fato é que o nosso carnaval não chega aos pés do carioca, nossa culinária típica não se assemelha a nenhum outro estado (ainda que a variedade e alta qualidade sejam os nossos elementos típicos gastronômicos, não existe uma idiossincrasia da culinária paulistana).

Mas no futebol... Aí, sim, o paulistano se revela um brasileiro: fanático, torcedor fiel (sabe-se lá por quais motivos obscuros, uma vez que o time representa meramente uma escolha de marca a ser defendida, sem nenhum vínculo com a cidade em si ou a vida de qualquer pessoa).

Cravado no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho - mais conhecido como Estádio do Pacaembu -, o museu resgata essa paixão dos habitantes de São Paulo pelo esporte e não nos deixa para trás em relação a qualquer outra cidade.

No campo do significado, pode-se afirmar, sem medo de ser piegas, que o Museu do Futebol sacramenta que a cidade faz parte do Brasil e, mais do que isso, contribui com grandes clubes, times, jogadores e equipes técnicas para a formação do esporte.

Se é verdade que muitos dos museus e exposições espalhados pela metrópole responsáveis por transpor as fronteiras que nos distingue, o futebolístico une e mostra que, pelo menos nessa área, não há divisões entre municípios e estados, não importa onde estejam, clima, situação econômica ou costumes locais.

O Museu do Futebol, no fundo, é uma ode à paixão desmesurada pelas camisas. Traduz em seu interior que o paulistano é um ser que vai muito além do trabalho: sente, sofre e se regozija com os lances imprevisíveis do esporte mais popular e democrático do país.