terça-feira, 15 de março de 2011

Democratização do ensino superior

Antigamente passar num vestibular para uma universidade era um momento especial, único na vida de um adolescente. Cursar uma universidade pública era o auge para um estudante, mas quem não conseguia uma vaga numa destas instituições de ensino superior “gratuito” tinha que ter muito dinheiro para conseguir estudar e se formar numa universidade particular, em sua maioria instituições tradicionais.

Hoje em dia as coisas mudaram um pouco. Entrar numa universidade pública continua sendo uma tarefa para poucos (em relação ao universo de estudantes do ensino superior no Brasil), mas em compensação o acesso a faculdades menos tradicionais ou outras centenas recém criadas ficou mais perto de pessoas das camadas sociais com um menor poder aquisitivo. Felizmente e infelizmente!

Felizmente porque pessoas que antes não teriam condições de cursar uma instituição particular de ensino superior agora podem, fazendo assim com que profissionais que antes tinham que ficar limitados a serviços braçais ou que não exigiam um nível superior de estudo tenham acesso a um mercado mais amplo de trabalho.

Infelizmente porque o governo “liberou” a concessão de licença para diversas instituições de ensino sem utilizar (porque já existe) um mecanismo para regular e acompanhar o desenvolvimento das mesmas, que atualmente tem mais interesse no dinheiro que os alunos pagam pela mensalidade, do que na qualidade do ensino que seu corpo docente passa aos seus alunos (clientes).

Não serei leviano de negar que hoje em dia todos nós temos acesso às informações (livros, revistas especializadas, internet e etc.) e um aluno dedicado e interessado no conteúdo do seu curso pode sim ser um ótimo profissional, independente de ter se formado na universidade A ou B. Mas enquanto tivermos faculdades que se preocupam mais se o aluno pagou ou não sua mensalidade e menos na qualidade do seu “produto”, continuaremos tendo um abismo imenso em relação a valorização da “marca” destas instituições no mercado de trabalho e o conceito do mercado sobre a diferença de ter se formado na faculdade A ou B.