sexta-feira, 11 de março de 2011

Compre! Compre! Compre!

Num mundo onde somos praticamente sufocados com palavras como "compre", "parcele" e "tenha", acabamos por querer “ter” muito mais do que realmente necessitamos. Um ótimo exemplo disso é o sentimento de necessidade que muitos desenvolveram quando a Apple resolveu lançar no mercado o tão comentado e desejado IPad. Esse aparelho, com design tão moderno, prático, leve, “revolucionário” (nas palavras de alguns), conquistou o coração de grande parte dos amantes da tecnologia, mesmo tendo defeitos tão comentados e fazendo muito menos do que um básico notebook. Mesmo assim, não posso negar que, tanto eu, como muitos, gostariam de possuir um.

Eis que surge essa semana o lançamento de uma versão melhorada do Ipad, o Ipad 2; uma versão mais rápida, mais fina, dentre outras novidades, para igualar seus competidores. Consumidores enfrentaram temperatura de 3ºC e chuva em Nova York para poder comprar o tão espetacular tablet. Pessoas se enfileiravam na porta da loja antes do lançamento. A primeira pessoa da fila pretendia vender seu lugar para conseguir uma graninha (e com certeza conseguiu) e outro rapaz, um brasileiro, já pretendia comprar dois tablets. Isso mesmo! DOIS, um preto e um branco, acho que para trocar quando enjoar de uma cor ou para poder combinar melhor com a roupa, né! No lançamento da primeira versão do IPad este mesmo indivíduo afirmou que chegou a passar 10 horas na fila para garantir o seu.

Agora pergunto: isso tudo é necessário? Até onde podem chegar as grandes marcas para adquirir consumidores tão fanáticos e fiéis? E principalmente, será que esse povo não tem louça pra lavar em casa, não?