Será que a demissão e as declarações do porta-voz foram suficientes para mostrar que a marca não é conivente com o pensamento anti-semita de Galliano? Apesar da polêmica, os desfiles da Dior e da marca própria de Galliano estavam confirmados até ontem na Semana de Moda em Paris, agendada para este final de semana.
Não seria o caso de aplicar uma punição a Galliano e impedi-lo de apresentar as coleções? Ou será que a marca não tem a certeza que muitos consumidores rejeitarão os modelos apresentados?
Por certo, a Dior considera muito maior o prejuízo que terá caso rejeite completamente o trabalho de Galliano. Além disso, no mundo da arte, nem sempre as convicções políticas são capazes de destruir o valor das criações e seus admiradores. Alguns exemplos estão na Literatura, já que o mestre do romance contemporâneo, Louis-Ferdinand Céline, era nazista; o poeta moderno Ezra Pound, era fascista e Jorge Luis Borges, grande nome da Literatura latino-americana, apoiou a ditadura da Argentina.
Por Rachel Sciré